Inspiração.....

A inspiração é um resultado de nosso estado de espírito.
E são nossos momentos de inspiração que extraímos o que melhor fazemos.
Inspirados fazemos melhor nosso trabalho, nos dedicamos com esmero aos nossos filhos, ou então fazemos o que não está no nosso cotidiano, mas que quase sempre ocultado, acaba aparecendo nestes momentos felizes, como o canto... A dança... A escrita... O tocar daquele violão que passa mais de enfeite do que sendo tocado...

Este estado de espírito capaz de nos tornar "super heróis" pode ser causado por algo ou alguém.
O resultado positivo do árduo trabalho mensal pode nos tornar inspirados a melhorar mais e mais, motivando-nos. Bem como o olhar de amor daquela pessoa tão especial para nós e que quase nunca se expressa, nos inspira a viver, sonhar e amar de novo.

A inspiração é a luz da vida, que nos ilumina e mantém aquecidos nossos corações.

Noite...

... já é noite outra vez...
O dia passa tão rápido, e por causa dos afazeres acabamos nem dando seu devido valor... e quando notamos, o dia se foi e dá lugar ao luar...
Nessa hora queremos descansar... da agitação, da correria, do trânsito que não cessa...
As estrelas vêm como "plus" ao lindo anoitecer, e conferir maior brilho à magnífica Lua... tão inspiradora aos pensadores que se detém a achar que ela pertence aos apaixonados... e se esquecem que ela também é daqueles de caso isolados, solitários... que olham para o céu acima de suas cabeças e se colocam a pensar: "que bom ó lua que estás a brilhar para mim, não me sinto só quando te vejo!"

Quisera eu estar agora de frente ao mar com o luar... é espetacular este cenário! A solidão me coloca a pensar nos porquês de certas coisas... é normal quando se está só! Mas não vou pensar a noite toda... porque logo amanhecerá e tudo recomeçará...

O despertador me acorda, é bem verdade... um raio de sol ultrapassa o vidro da janela do meu quarto... e penso: já é dia outra vez...
É hora de correr... pra noite chegar...

TE CUIDA - Martha Medeiros

"A gente sai de casa para ir numa festa ou para pegar a estrada, e antes que a porta atrás de nós se feche, ouvimos a voz deles, pai e mãe: te cuida. A recomendação sai no automático: tchau, te cuida. Um lembrete amoroso: te cuida, meu filho. A vida anda violenta, mas a gente não dá a mínima para este "te cuida" que a gente ouve desde o primeiro passeio do colégio, desde o primeiro banho de piscina na casa de amigos, desde a primeira vez que saímos a pé sozinhos. Pai e mãe são os reis do "te cuida", e a gente mal registra, tão acostumados estamos com estes que não fazem outra coisa a não ser querer nosso bem e nos amar para todo sempre, amém.

No entanto, lembro da primeira vez em que estava apaixonada, me despedindo dentro do carro, entre beijos mais do que bons, com aquele que devia ser um moleque mas para mim era um homem, e um homem estranho, uma vez que não era pai, irmão, primo, amigo ou colega. Depois do último beijo, abri a porta do carro e, antes de sair, ouvi ele dizer com uma voz grave e sedutora: te cuida.
Me cuidarei, pode deixar. Me cuidarei para estar inteira amanhã de novo, para te ver de novo, te beijar de novo. Me cuidarei para me tocares com suavidade, para nunca encontrares um arranhão sobre a minha pele. E cuidarei do meu humor, dos meus cabelos, cuidarei para não perder a hora, cuidarei para não me apaixonar por outro, cuidarei para não te esquecer, vou me cuidar.

Me cuidarei ao atravessar a rua, me cuidarei para não pegar um resfriado, me cuidarei para não ficar doente. Me cuidarei, meu amor, enquanto estiver longe dos teus olhos, nos momentos em que você não pode cuidar de mim.

Fica a meu encargo voltar pra você do mesmo jeito que você me viu hoje. É de minha responsabilidade não ficar triste, não deixar ninguém me magoar, não deixar que nada de ruim me aconteça porque você me ama e não agüentaria. Claro que me cuido, nem precisava pedir.

Te cuida, dissera ele. E eu ouvi como se fosse um te amo.

Meses depois, terminado o namoro sem beijos de despedida, saio do carro trancando o choro, ainda que o rompimento tenha sido resolvido de comum acordo. Abro a porta e já estou com uma perna pra fora quando ouço, sem nenhuma aflição por mim, apenas consciência de que não teríamos mais notícias um do outro: te cuida. Me cuidei. Só chorei quando já estava dentro do elevador."

Texto lindíssimo...